Como é bom ter uma família.Mesmo que ela não seja assim tão tradicional, o ser humano não nasceu para viver só. Nela a gente encontra apoio, base, alicerce, mas também e porque não um bom espaço para discussão, para exercitarmos a tolerância e reconhecermos  o “Outro”, que não é o mesmo, fruto de nosso narcisismo? Neste espaço eminentemente educativo, somos chamados a viver as diferenças com fraternidade e solidariedade. E por falar nessas categorias  nada melhor do que, numa sociedade marcada pelas relações de troca financeira “experienciar”a gratuidade nas relações familiares. É uma pena a gente ver irmãos e pais se cobrando desumanamente  por qualquer tipo de divida. Sejam elas emocionais, sociais, ou até mesmo pecuniárias.
As religiões em sua grande maioria tem trabalhado bastante esta temática ultimamente. Em seus mais diversos viezes teológicos interpretam o seu “jeito” de ser família. Ora, sendo a religião um fenômeno cultural, suas concepções de família serão decorrentes de suas próprias formas de relacionar-se com suas sociedades culturais. Desta forma, o que pode soar “estranho” como família no ocidente, pode ser perfeitamente normal numa outra sociedade.
Procurei frisar esta relatividade no que diz respeito a família, visto que até mesmo no ocidente, o conceito de família nem sempre foi historicamente igual ao que temos hoje. Nossa família ocidental é oriunda de uma cultura patriarcal greco-romana em que em seus primórdios o chefe de família “despotés” exercia o poder de vida e de morte sobre seus membros. Mulheres, filhos, escravos, agregados, parentes, enfim, todos que mantinham uma relação de dependência e proteção ficavam sobre a tutela do patriarca. O direito romano nos mostra claramente este tipo de relação. Contamos ainda com uma vertente ameríndia onde varias sociedades também vivenciavam esta forma de ser família. A Bíblia nos mostra muitos exemplos desse modo de viver familiar na sociedade hebréia bem como de seus vizinhos.
Com o advento do cristianismo, percebe-se claramente uma nova forma (um pouco tímida ainda, mas estrategicamente segura) de se tratar a família. Paulo, observando o contexto patriarcal da sociedade helênica, não expõe a comunidade cristã (fraca e pequena) ao descrédito da mesma, ele tinha consciência que não adiantava “bater de frente”num momento de crescimento da Igreja num mundo pagão, antes começa a inaugurar com a família cristã uma nova forma, sutil mas profundamente significativa de convívio. Trago aqui uma passagem significativa: “Mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor(...) Maridos amem suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (...) Portanto os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher está amando a si mesmo.( Efésios 5, 22 e ss) E ainda, “Filhos obedeçam a seus pais no Senhor (...) Pais não dêem aos filhos motivos de revoltas contra vocês(...)” ( 6,1 e ss). Também o autor da I Pedro em seu capitulo 3 demonstra esta mudança de comportamento com relação ao tratamento familiar. Mas todas estas manifestações nem sempre foram vivenciadas e/ou assumidas como doutrina social nas culturas em que a fé cristã assegurou sucesso em sua missão.
No decorrer da história, a família se insere em outras etapas da sociedade, e se molda a seus modos de ser e viver. Decorre daí, que a família na Idade Média continuará a ser marcada pelas imposições do senhorio feudal, ao passo que na modernidade, com o surgimento do sujeito e o advento econômico do capitalismo, a guinada na compreensão de família será fundamentalmente significativa.
Percebemos assim, a preocupação das Igrejas com a família, seus valores perenes e suas agitações. A família tem merecido preocupações pastorais e se inserido na agenda de muitas ações de cristãos comprometidos com uma sociedade melhor e mais humanizada. E em assuntos de família cristã, penso responsavelmente que não podem ficar de fora a segurança alimentar, a saúde, o planejamento familiar e a educação. As Igrejas não podem se furtarem de serem mundo familiar, até porque sua teologia se funda numa comunidade familiar, a Trindade Santa. O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são solidão! O que acredito ser uma necessidade pastoral e atitude evangélica urgente seria romper com uma concepção burguesa de família centrada nos indivíduos, solidários entre si somente por consangüinidade. Tal concepção de família fechada, nuclear só tenderá ao individualismo. Neste sentido fica fácil amar a “minha” família ou as parecidas com ela. “Se vocês amam somente aqueles que os amam, que gratuidade é essa?” (Lc 6,32). Mas e as outras famílias constituídas de formas diversas, fruto de uma sociedade fragmentária, desigual socialmente e economicamente? São pistas para ao meu ver retomarmos o conceito de família e pastoral familiar. Em vez de centrarmos atenção no aspecto individual da família, abrirmos ela para novas experiências.
As religiões em sua grande maioria tem trabalhado bastante esta temática ultimamente. Em seus mais diversos viezes teológicos interpretam o seu “jeito” de ser família. Ora, sendo a religião um fenômeno cultural, suas concepções de família serão decorrentes de suas próprias formas de relacionar-se com suas sociedades culturais. Desta forma, o que pode soar “estranho” como família no ocidente, pode ser perfeitamente normal numa outra sociedade.
Procurei frisar esta relatividade no que diz respeito a família, visto que até mesmo no ocidente, o conceito de família nem sempre foi historicamente igual ao que temos hoje. Nossa família ocidental é oriunda de uma cultura patriarcal greco-romana em que em seus primórdios o chefe de família “despotés” exercia o poder de vida e de morte sobre seus membros. Mulheres, filhos, escravos, agregados, parentes, enfim, todos que mantinham uma relação de dependência e proteção ficavam sobre a tutela do patriarca. O direito romano nos mostra claramente este tipo de relação. Contamos ainda com uma vertente ameríndia onde varias sociedades também vivenciavam esta forma de ser família. A Bíblia nos mostra muitos exemplos desse modo de viver familiar na sociedade hebréia bem como de seus vizinhos.
Com o advento do cristianismo, percebe-se claramente uma nova forma (um pouco tímida ainda, mas estrategicamente segura) de se tratar a família. Paulo, observando o contexto patriarcal da sociedade helênica, não expõe a comunidade cristã (fraca e pequena) ao descrédito da mesma, ele tinha consciência que não adiantava “bater de frente”num momento de crescimento da Igreja num mundo pagão, antes começa a inaugurar com a família cristã uma nova forma, sutil mas profundamente significativa de convívio. Trago aqui uma passagem significativa: “Mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor(...) Maridos amem suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (...) Portanto os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher está amando a si mesmo.( Efésios 5, 22 e ss) E ainda, “Filhos obedeçam a seus pais no Senhor (...) Pais não dêem aos filhos motivos de revoltas contra vocês(...)” ( 6,1 e ss). Também o autor da I Pedro em seu capitulo 3 demonstra esta mudança de comportamento com relação ao tratamento familiar. Mas todas estas manifestações nem sempre foram vivenciadas e/ou assumidas como doutrina social nas culturas em que a fé cristã assegurou sucesso em sua missão.
No decorrer da história, a família se insere em outras etapas da sociedade, e se molda a seus modos de ser e viver. Decorre daí, que a família na Idade Média continuará a ser marcada pelas imposições do senhorio feudal, ao passo que na modernidade, com o surgimento do sujeito e o advento econômico do capitalismo, a guinada na compreensão de família será fundamentalmente significativa.
Percebemos assim, a preocupação das Igrejas com a família, seus valores perenes e suas agitações. A família tem merecido preocupações pastorais e se inserido na agenda de muitas ações de cristãos comprometidos com uma sociedade melhor e mais humanizada. E em assuntos de família cristã, penso responsavelmente que não podem ficar de fora a segurança alimentar, a saúde, o planejamento familiar e a educação. As Igrejas não podem se furtarem de serem mundo familiar, até porque sua teologia se funda numa comunidade familiar, a Trindade Santa. O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são solidão! O que acredito ser uma necessidade pastoral e atitude evangélica urgente seria romper com uma concepção burguesa de família centrada nos indivíduos, solidários entre si somente por consangüinidade. Tal concepção de família fechada, nuclear só tenderá ao individualismo. Neste sentido fica fácil amar a “minha” família ou as parecidas com ela. “Se vocês amam somente aqueles que os amam, que gratuidade é essa?” (Lc 6,32). Mas e as outras famílias constituídas de formas diversas, fruto de uma sociedade fragmentária, desigual socialmente e economicamente? São pistas para ao meu ver retomarmos o conceito de família e pastoral familiar. Em vez de centrarmos atenção no aspecto individual da família, abrirmos ela para novas experiências.
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